Epistemologia e os processos intelectuais


Ana Maria Tavares e a imagem de um mundo flutuante.

Série de posts relativos ao Curso de Especialização em História Social da Arte, PUC-PR.
Epistemologia - Aula de Haroldo de Paula em 27-09-10


Professor Haroldo nos explicou a respeito dos processos intelectuais utilizados epistemológicamente: objeto, método e ferramentas. Quanto ao objeto vimos que tudo que pensamos e nos cerca se enquadra em uma das quatro faces das seguintes verdades: Científica, filosófica, teológica e artística. Para o método, estudamos os processos de indução e dedução, que são gratuitos, enquanto a análise e a dialética não são gratuitos. O conhecimento crítico vem da análise e dialética. Sobre as ferramentas ouvimos sobre lógica e fé.
Quanto a fé: devemos lembrar que as subjetividades humanas não devem ser jogadas no lixo porque não podem ser provadas, também não se pode abordar a religião com o pensamento científico, não há método, nem interesse.
Ouvimos sobre a fé mal conduzida e manipulação religiosa e de como a ciência se preocupa apenas com aspectos de ordem concreta. Hoje temos cientistas da igreja e filósofos da ciência. Introduções sobre o príncipio da Falseabilidade e sobre a perspectiva contemporânea atual. O professor Haroldo citou Karl Pooper que teve na ciência o alvo de sua reflexão filosófica.
A dimensão da fé é contribuinte da natureza humana, encontra-se nos quatro cantos da terra e há um forte apelo a sua dimensão.
O lúdico também é constituinte da natureza humana. Ouvimos considerações sobre a importância esmagadora da dimensão lúdica e sobre culturas onde nunca foi esquecida. O mestre nos lembrou como ainda somos selvagens, falou sobre o século XIX onde surge o conceito da infância e sobre a emancipação tardia da mulher, manisfestações que não tem eco na nossa sociedade. Falou sobre a cultura indígena e como essa foi estraçalhada pelo homem branco. O Índio já trazia arraigado em seu modo de vida o conceito de sustentabilidade e conhecia a importância do lúdico como ferramenta.
Depois adentramos nas observações acerca do método.
Método dogmático- Doutrina teológica, ouvimos sobre a luz da ciência versus a dimensão da fé, epistemologicamente o que está por trás é o dogma.
Método Dedutivo- Doutrina racionalista ( Descartes). Do geral para o particular, apresenta-se em forma de silogismos. Em conjunto com o método indutivo cria o método positivo, lógico e científico. Citação do exemplo do inseto de 8 patas, que não é e nunca será um inseto pois é aracnídeo. O conceito se aplica na prática.
Método Indutivo- Empíria, do particular para o geral, com os seguintes processos: observação, experimentação, comparação e generalização. Conceito da abstração: separar de um todo uma parte da realidade inseparável. A observação pode ser subjetiva e objetiva. O homem observando o mundo faz generalizações a partir de particularidades.
Método Dialético- Heráclito, materialismo histórico.
Depois os terrenos filosóficos se abriram para várias divagações: -problemática da criança que vive no mundo dos adultos;- especulações acerca de perfurações cranianas em dinossauros feitas por uma inteligência superior com o objetivo de oportunizar novas espécies;- Carl Marx e a maneira que ele sai da dimensão criadora e entra na questão mais humana;-A lógica ateísta baseada em documentos escritos sobre movimentos materialistas;- A sustentação de verdades equivocadas;- A pobreza santificada que explicaria o sucesso explosivo de certas igrejas;- missionários europeus que não encontraram público preparado e de como seu discurso atingiu a classe média;- Sobre a proposta de algumas instituições religiosas que querem a pobreza;-A voz do demônio que estaria presente nos estudos segundo alguns religiosos (Demon, a voz inconsciente e de desconfiança);-Religião Católica e sua versão multifacetada e a problemática de se controlar isso.
Foco: Como construímos o conhecimento e a importância no apego de estarmos conectados com a verdade.
Segundo métodos:- Ciência ( explicação concreta e natural);- Religião ( a fé, sobrenatural;- Metafísica ( conjunto de especulações sobre os seres e fenômenos que não podemos conhecer cientificamente; -Arte ( A estética, o belo).
Indicação de leitura: Arthur Schopenhauer - A Metafísica do Belo
O professor abordou conceitos sobre os paradigmas que já sustentaram a sociedade ( filosófico, tecnológico, científico), a possibilidade da arte como nova figura de sustentação e de como alguns teóricos apontam a estética como emergente nesse aspecto. Ouvimos sobre o desejo de se dividir o belo e a dimensão da estética no processo de enriquecimento da subjetividade humana. A arte deve ser vista como o produto nobre que uma nação pode exportar (citou a importância da bossa-nova).
A arte como natureza humana não pode ser tratada como filosófica ou de uma perspectiva cientíca, de investigação cirurgica e áspera. O exercício concreto da filosofia não é saboroso.
Abordou-se então as formas de conhecimento:- Conhecimento Mitológico (parte do imaginário e procura explicar questões da realidade;-Conhecimento religioso ( a crença exige um conhecimento específico e procura ultrapassar a realidade);- Conhecimento artístico (poder da criatividade, expressão subjetiva da realidade).
O mestre ainda tratou de questões como a aculturação e falta de dinâmica no que se refere as nossas fontes, a importância da identidade cultural e a questão de ensino e formação de platéia e de como algumas decisões políticas poderiam tratar desse caminho.
Resumo de aula por Sheilla Liz

Comentários

  1. Oi , que legal colocar esse pequeno texto sobre a nossa especialização.
    Bj. Maria Cecilia.

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  2. Legal Sissi! É uma honra tê-la em meu humilde espaço! Seja bem-vinda e volte sempre que quiser! abs

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