A fotografia como meio

Série de posts relativos ao Curso de Especialização em História Social da Arte, PUC-PR. Seminários Avançados: A fotografia como meio. Professora Marga Puntel


Christian Boltanski

Artista plástico e fotógrafo francês. Até meados de 1970 Boltanski se dedicava a pintura e buscava vestígios do seu passado e substância em suas obras. Hoje o artista utiliza diversos meios de mídia: cinema, performance,instalação, fotografia e vídeo. Além da combinação de variados meios de comunicação, a dimensão espacial tem sido o foco do trabalho de Boltanski desde meados da década de 1980. É interessante notar que o artista manteve a direção de sua obra, sem focar a contradição evidente da sua auto-compreensão como um pintor.

Seu trabalho artístico é assombrado pelos fantasmas, problemas de memória, morte e perdas. Ele nos pede para lembrar os anônimos e aqueles que desapareceram. Utiliza-se para isso da fotografia expandida, usada além de um mero registro. A visão do trabalho de Boltanski é a da poética da ausência. Ele representa o extermínio e cria uma tênue linha divisora entre o anônimo e o identificável. Levanta questões sobre a estética versus ética, o sentimental versus o trágico.

Questões abordadas pela professora Puntel:

° O acesso a imagem e questões contemporâneas levantadas pelos sites de relacionamento pessoal. Pessoas focadas em si mesmas. A imagem na pós-modernidade e seu uso indiscriminado. A banalização da sensualidade.
° A escolha do tema para um artista é um processo racional?
° A imediatização da vida pela fotografia.
° Identidades forjadas, relações antinaturais e virtuais. Cultura x natureza.


O visitante não estará perante uma obra, estará dentro dela....” Christian Boltanski na apresentação de “Personnes”.



Christian Boltanski na exposição Monumenta 2010 – “Personnes”. Fotografia: Didier Plowy


Sebastião Salgado


foto de Sebastião Salgado

Conhecido mundialmente por seu estilo único de fotografar, é considerado um mestre da fotografia documental contemporânea. A questão social é um trabalho muito forte na obra de Sebastião Salgado. Foi internacionalmente reconhecido e recebeu praticamente todos os principais prêmios de fotografia do mundo como reconhecimento por seu trabalho. Nos anos 80 e 90 publica grandes fotorreportagens de denúncia social, em livros como Sahel: l'Homme en Détresse (1986), Trabalhadores (1993) e Terra (1997).
"Amazonas images" ,www.amazonasimages.com, representa o fotógrafo e seu trabalho. Salgado e sua esposa Lélia Wanick Salgado vivem atualmente em Paris, autora do projeto gráfico da maioria de seus livros.

Curiosidade: Salgado "estoura" no cenário mundial ao ser o único fotógrafo a documentar a tentativa de assassinato do então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan.

Atentado a Ronald Reagan by Sebastião Salgado.

Questões abordadas:

° O registro, o perecível e a reprodução.A visão artesanal da fotografia. Digital x analógica.
° Questão ética no trabalho de Salgado. A exploração da imagem da miséria e do trágico.
° Questão purista, manipulação de fotografia, o uso do photoshop e da química.
° A fotografia como uma fragmento da realidade. A estética do fragmento segundo Reinaldo Lessa.
° O positivismo e o progresso. Domínio do homem na natureza e as possibilidades estéticas de ordem expandida.

Rosângela Rennó


Rosângela Rennó

Formada em arquitetura pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (1986) e em artes plásticas pela Escola Guignard, Belo Horizonte (1987). Doutora em artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, São Paulo (1997.

Segundo Paulo Herkenhoff em Rosângela Rennó, a filosofia da instituição
fotográfica: "O lugar de Rosângela Rennó na história da arte se assegura pela construção do estatuto poético da fotografia e da espessura epistemológica do signo fotográfico. Compreender o significante “fotografia” a partir de Rennó é uma chave metalingüística para o entendimento da própria arte contemporânea em seu processo de incorporação do meio fotográfico. Seus imprevisíveis resultados fotográficos decorrem da consistência dos conceitos. Rennó não busca se sustentar através do potencial técnico em imagem (como as alterações digitais pós-produção) nem do sublime e do estranhamento. Sua arte reitera reflexões críticas sobre o dispositivo social, psíquico e cultural da fotografia."


Obra de Rosângela Rennó, Projeção fotográfica sobre cortina de fumaça intermitente para a Bienal de São Paulo

° Questão da apropriação de imagem.
° A influência de Boltanski na obra de Rennó.
° Rosângela Rennó na Bienal de São Paulo.

Piso Compartido 849: DOMINGO NA BIENAL

Sofhie Calle



“Sofhie Calle é conhecida no mundo da arte para além dele por uma obra que despreza as fronteiras regulares entre ficção e realidade, público e privado, arte e vida. Literários na essência, ainda que usem meios diversos e tomem distintas formas, seus trabalhos nascem ora do exercício destemido de uma curiosidade sobre o outro que beira ao voyeurístico (e, por vezes abusivo), ora da vontade de transformar dores reais em uma sofisticada modalidade de catarse. De forma recorrente expôem a vulnerabilidade humana sob o signo do desejo.”
texto extraído do site: www.sophiecalle.com.br

Questôes abordadas:
° A obra interativa 'Cuide de você'.
° Maneiras de se ficcionar a realidade, o conceito de sentimento.
° A arte não está circunscrita a lei.
° A necessidade de uma bula para se entender obras contemporâneas.

Sofhie Calle: Cuide de você

Comentários

  1. Muito boa a seleção de fotógrafos e muito bela a imagem da Obra da Rosângela Rennó, Projeção fotográfica sobre cortina de fumaça intermitente!

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