Arte Primitiva


Cavalos na Caverna de Chauvet ou Chauvet-Pont-d'Arc, sul da França


Série de posts relativos ao Curso de Especialização em História Social da Arte, PUC-PR. Professora Adriana Mocelim de Souza Lima- Antiguidade à Idade Média

Após considerações e apresentações a professora Adriana explicou seu método de didática e seus estudos em História Medieval. Apresentou a bibliografia que nos embasaríamos e introduziu as discussões sobre a arte no período Paleolítico, considerada mágica e natural. Nos indagou o significado do social no nosso curso História da Arte fazendo uma ligação com a importância social intrínseca na arte de todas as épocas e alertou para a problemática de se buscar referências válidas de passados tão remotos como no período Paleolítico.

Na Idade da Pedra lascada os homens atuavam de forma selvática na natureza, eram pescadores, coletores e caçadores. Isso foi expressado em sua arte de forma mais naturalista possível e seu modo de vida interferiu na produção retratada. A característica maior nesse período é retratar aquilo que ele vê com exatidão. O desenho cria uma imagem pura e direta, livre de arranjos e impressões.
A sociedade era regida de modo individualista e em torno da subsistência.
A mestre Adriana demonstrou como a arte tinha uma relação mágica. Assim animais abatidos seriam primeiro mortos em desenho para depois se fazer isso efetivamente. Era uma armadilha mística para a caça. O desenho era então a expressão do desejo de realização, ter poder sobre o objeto através de sua imagem.
O artista reproduzia o animal real, a função pictórica não era separada da realidade. A arte era vista como continuação direta com a realidade e era utilizada a serviço da vida sem ser simplesmente decorativa.
Aqui foram feitas considerações de alguns alunos sobre como as cavernas representam forças da terra, tendo com elas ligações mágico subterrâneas e reforçando os instintos selvagens e aguçados desse homem primitivo que não conhecia a Coca-cola e a televisão.
Algumas imagens de sítios arqueológicos foram mostradas como as impressões de mãos mais antigas que se tem notícia na caverna de Pech Nerle (Lot, France). Pech Merle foi declarado Monumento histórico, sendo um sítio relevante da arte paleolítica européia.
Foram feitas algumas discussões a respeito da problemática dos sítios arqueológicos não preservados como a Barragem do Passaúna.

Depois vimos imagens incríveis sobre a A Caverna de Chauvet ou Chauvet-Pont-d'Arc que está localizada perto de Vallon-Pont-d'Arc, no sul da França.

Vimos ainda exemplos de outros sítios como Abside e Altamira

Chegamos então ao período Neolítico quando a agricultura começa a se desenvolver e aqui teremos como característica o animismo e o geometrismo. A imagem toma contornos estilizados e deixa de ser uma cópia da realidade. A arte naturalista cede lugar a estilização.
O homem passa a interferir de forma dominante na natureza. Ele faz a posse da terra com ferramentas rudimentares e a vida se torna mais comunitária com questões como a estratificação.
Uma nova relação surge entre o homem e a arte e tem ligação com os santuários religiosos e atos de culto, ritos de passagem assumem o lugar da magia. Demônios e espíritos passam a ser temidos e adorados e são associados a pragas, bençãos e maldições. Existe uma idealização,uma arte formalista que parece antagonizar com a natureza. Ocorre a racionalização da arte e surgem questões do abstrato, a obra de arte se torna a idéia daquele objeto.
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Vimos mais algumas imagens de pinturas neolíticas a céu aberto ( outra característica que as diferencia das paleolíticas): Aitana, com ricas manifestações artísticas nesse contexto. O Maciço de Caroig com 36 lugares diferentes em lugares abertos com distintas apresentações, seres humanos e animais. A Cueva de la Aranã com representações estilizadas de uma mulher colhendo mel. A Arte rupestre da Bacia Mediterrânica da Península Ibérica. A Caverna do Cogul com a mítica cena da dança de Cogul. A Cueva de La Graja com o maior número de arte rupestre e a Côa et Siega Verde e por fim a Serra da Capivara no Brasil.
Aqui a professora diz que estudos em pinturas de 50.000 provam a existência humana das américas muito antes do que se pensava.

Vimos imagens de monumentos megalíticos como o Stonehenge e a Cromelique dos Almendres com 95 monolítos. Dolmens como o de Alentejo e Sítio da Pedra Furada com monolítos brasileiros (Piauí). Também algumas referências de sites interessantes que postarei em outro momento e algumas discussões sobre a arte rupestre encontrada em Florianópolis.

Depois tivemos uma discussão acerca de um texto de Hauser, História Social da Arte- Os Tempos Pré Históricos : O artista como mágico e sacerdote; a arte como profissão e ofício doméstico. Foram apontadas questões acerca de um certo machismo embutido no texto, também algumas questões pertinentes acerca da veracidade das informações apontadas em um período histórico tão longínquo (como a possibilidade de escolas que ensinassem o ofício da arte), onde o pensamento do homem navega em seus primórdios e as necessidades são tão outras.

Leitura indicada para a próxima aula: Las pinturas rupestres del Levante Español de Maria Garcia Yelo.

Comentários

  1. SHEILA

    Feliz por te ver na minha poesia.
    Um beijo e poesia


    OUTONO


    Estou a ver-te...
    Árvore de Outono...
    Porque estás nua?
    Porque deixaste fugir
    As tuas folhas...
    E os teus ramos...
    Ficaram secos e frios...
    Longos e nus...
    Porque deixas
    Porque sofres?
    Porque tem frio?

    Porque...
    É preciso renascer...
    É preciso sofrer...
    Para viveres novamente...

    E assim árvore nua...
    Vais voltar...
    Mais frondosa...
    Mais bonita...
    E...
    Vais estar outra vez...
    Pronta para a nova Primavera...

    LILI LARANJO

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  2. Oi Lili. Os ciclos... O que seria de nós sem eles? Um contínuo sem mudanças nem novas esperanças? Super abraço

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